A maior usina solar fotovoltaica do Brasil atualmente é o Complexo Solar de Janaúba, em Minas Gerais, com capacidade instalada de cerca de 1,2 GWp.
O Complexo Solar Janaúba, em Minas Gerais, é o maior parque fotovoltaico do Brasil e um dos maiores da América Latina, com 20 usinas e capacidade instalada de 1,2 GWp (com expansões posteriores, elevando-se para 1,6 GWp), suficiente para abastecer mais de 1 milhão de residências.
Desenvolvido pelo grupo Elera Renováveis, o complexo utiliza mais de 2,2 milhões de painéis solares, cobre mais de 3.000 hectares, gerou milhares de empregos e contribui significativamente para a matriz de energia renovável do país.
Características Principais
-
- Escala: O complexo é composto por 20 usinas fotovoltaicas.
- Capacidade: Sua capacidade instalada inicial era de 1,2 GWp, que com expansões posteriores, como a do complexo Irapuru, alcançou 1,6 GWp, capaz de fornecer energia para cerca de 1,9 milhão de residências.
- Tecnologia: Utiliza mais de 2,2 milhões de painéis solares e diversas outras tecnologias de captação e transmissão de energia, como estruturas metálicas chamadas trackers.
- Localização: Está localizado no município de Janaúba, no Norte de Minas Gerais.
- Desenvolvimento: O empreendimento foi desenvolvido pelo grupo Elera Renováveis, que também investe em projetos socioeconômicos e de sustentabilidade na região.
Importância para a Região e o Brasil
- Desenvolvimento Regional: O complexo tem sido um grande indutor de desenvolvimento social e econômico para o Norte de Minas Gerais, gerando empregos e renda para a população local.
- Transição Energética: Contribui para a sustentabilidade e a descarbonização da matriz energética brasileira, aumentando a oferta de energia limpa e renovável no país.
- Investimentos: Recebeu investimentos significativos, como um crédito aprovado pelo BNDES para sua expansão, o que reforça o compromisso com a transição energética e o crescimento econômico sustentável.
Pontos de destaque / impactos sociais e ambientais
- A região de Janaúba foi escolhida por ser uma das melhores em termos de irradiação solar, com baixa nebulosidade, o que otimiza a geração de energia.
- A fase de expansão (denominada “Irapuru”) adicionou 422 MWp.
- Foram feitos programas de inclusão social e desenvolvimento local: capacitação profissional (inclusive com participação feminina, como por exemplo a equipe de pré-montagem dessa fase de expansão sendo 100% mulheres)
- Também há iniciativas com agricultura familiar (quintais produtivos), ações ambientais, projetos de melhoria de infraestrutura local, etc.
Resumo executivo — Complexo Solar de Janaúba
- Capacidade instalada (após expansão): ~1.617 MWp (1,617 MW-pico).
- Área aproximada: ~3.800 hectares e ~2,9 milhões de módulos, distribuídos em múltiplos parques (27 usinas).
- Operador / Desenvolvedor: Elera Renováveis (grupo Brookfield).
Geração anual: Estimativa prática
Para estimar a geração anual usamos a capacidade instalada (1.617 MWp) e um fator de capacidade plausível para usinas com trackers em região de alta irradiação no Brasil.
- Faixa de fator de capacidade (FC) típica para grandes parques solares bem localizados no Brasil: ~20% a 27% (varia com tecnologia dos trackers, perdas elétricas, curtailment e nebulosidade). Fontes e bases estatísticas de FC no Brasil podem ser consultadas no ONS e estudos setoriais.
- Cálculo (simplificado, usando 8.760 h/ano):
- Se FC = 20% → ~2.833 GWh/ano.
- Se FC = 23% (estimativa central) → ~3.258 GWh/ano.
- Se FC = 27% → ~3.824 GWh/ano.
(Ex.: com FC 23%: 1.617 MW × 0,23 × 8.760 h ≈ 3.258 GWh/ano). Essas faixas servem para planejamento financeiro e comparações.
Custos operacionais (O&M) e LCOE: estimativas de referência
- O&M (manutenção e operação): valores de referência para usinas utility-scale no Brasil / relatórios internacionais indicam faixas do tipo BRL ~50 a 80 / kW·ano (varia com escopo, distância, limpeza, substituição de inversores, seguros). Use isso para dimensionar custo fixo anual. (Fonte: EPE / relatórios setoriais).
- LCOE (custo nivelado da energia): estudos recentes para projetos de grande escala no Brasil indicam LCOE por volta de BRL ~300–380 / MWh (ex.: artigos sobre LCOE de solar terrestre e flutuante mostram faixas nessa ordem dependendo de CAPEX, financiamento, e presença de batteries/hybrid). Para usinas grandes com trackers e CAPEX competitivo, preços em leilões e PPAs podem ficar na margem inferior dessa faixa.
Indicadores de impacto / equivalências
- Evitação de CO₂: relatórios do próprio projeto apontam estimativa da ordem de centenas de milhares de toneladas de CO₂ evitadas por ano (ex.: ~850 mil tCO₂/ano divulgado pela desenvolvedora para o complexo).
- Equivalência de consumo: a própria Elera/veículos reportaram que a produção cobre o consumo de cerca de 1,0–1,2 milhão de residências (depende do consumo médio considerado).
Observações técnicas importantes (para análise mais fina)
- DC vs AC nameplate: 1.617 MWp é capacidade DC (pico dos módulos). Projeto AC (potência no ponto de conexão) tende a ser menor — isso altera ligeiramente a estimativa do fator de capacidade e a conversão para MWh entregues. As fontes do projeto trazem 1.617 MWp como referência.
- Curtailment e restrições de rede: em polos com forte crescimento de geração pode haver cortes por limitações de escoamento — importante checar histórico operacional local (ONS / operador de rede).
- Trackers + limpeza + manutenção: o uso de rastreadores e um bom plano de limpeza aumenta FC efetivo; custos de limpeza em área grande podem impactar O&M.